domingo, setembro 20, 2009

Chega de rosas

Em uma sexta-feira do mês de abril, Paulo chegou em casa com rosas vermelhas e Flávia o esperava com sua pouca roupa e com seu pouco jeito, mas com o jantar pronto e posto no capricho.
- Chega de rosas, meu amor...
- Mas as rosas são a vida!
- Então, chega de rosas meu amor...
No exato instante em que diz isso, como em um filme barato qualquer, eles entrelaçam as mãos e, entre um arregalar de olhos masculino, um suspiro feminino e uma falta de ar conjunta, os dois corpos caem no chão em um barulho belo e único. Morriam com a sintonia que nunca desfrutaram em vida. Morriam juntos, em um mesmo tombo em mesmo som. Morriam de mãos dadas. Morriam amando. Chega de rosas.

7 comentários:

Chris disse...

Coincidências

Em uma sexta-feira de abril eu te trouxe uma rosa
Uma única. A minha primeira.
Decretando minha morte...
Era muito jovem para viver.
Espero o momento de renascer.

Em uma terça-feira de setembro conheço teus sentimentos.
Por roteiro. Então reitero.
Selando meu destino...
Então que venha o amanhecer.
Ou observo estrelas sem você...

Anônimo disse...

Quando de mim lembrar,
seguirá o cheiro da flor.
Flor que o número de pétalas já não sei de tanto que na sua espera arranquei.
Eu, jardineiro às avessas, sem amor, quase sem flor.

Moi disse...

Quero saber quem és
Me aproximar de vez
A distância não diz
Pois aqui eu escondi
O que de mim possuir
Mal eu sei quem sou
Podes saber que vou
Fazer o que me vier
Então no fim te ter
Para saber quem és...

João Ortácio disse...

Chega de rosas, mas quero mais tu menina. Tu e teus textos brilhantes e supimpas. Genial!

Um novo olhar ás flores disse...

Incito um ato de compreenção, partido, por coação, sem sentido ou com toda emoção. Só não peço para me querer como queres a outro, se é pouco que me tens na visão.
Vai de encontro ao teu eu, quem queres achar, se tentas enganar, para que o sofrimento perca razão.
Se olhares nos meus olhos uma vez mais, verá: Infinito, Calor e compreenção...

Outras palavras disse...

Continuo calado atravéz dos cabos e satélites que separam duas mentes
Tu entra, me fala e eu desato a conversar sem pensar. Apesar da sinceridade ser diversa, procuro as palavras certas pra que fique o bom de minha imagem enviadas atravéz desses cabos e satélites que talvez, mentem.

Reinventando Nietzsche disse...

Longe, a realidade se confunde com tempo perdido...
Portanto, deixa-me chegar perto e mostrar meu gelo liso...