segunda-feira, novembro 14, 2016

Um dia seu melhor momento passa, seu grande ato acaba... um dia seu brilho se apaga, sua vida se transforma... um dia o cabelo se encurta, as saias de alongam... um dia os saltos se abaixam, as certezas se acabam... um dia sua pele lisinha se marca (braille da vida) e seu corpo se muda inteiro... um dia sua voz engrossa um tanto e seu tempo passa a valer muito mais... um dia seu nariz e orelha crescem e nada mais não na mesma intensidade... um dia seus olhos trocam o fogo da nova experiência pelo mistério do que já se viveu... um dia o jogo de cabelo e sorrisos maliciosos não significam mais nada diante de uma postura impetuosa e aura indecifravelmente sedutora... um dia o sentimento de insegurança diante do novo acaba e você passa a ser -paradoxalmente- o novo... um dia o desejo de chamar a atenção do outro passa e fica um apreço pela sua própria companhia... um dia as fotos não serão tudo, tão pouco serão nada, mas serão assim fotos como devem e lhes cabe ser... um dia nada mais vai importar tanto porque o que mais importa já terás: uma história, uma identidade tão flexível e flutuante e ao mesmo tempo tão sua, tão confortável... um dia... ah, um dia...

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